Não me defino,
não me enxergo, e muito menos posso me julgar.
Hoje é um daqueles dias estranhos,
onde planejei tudo para dar certo,
tinha certeza de que iria dar, e no final,
deu tudo certo mesmo, mas ainda sim
não fiquei satisfeita.
Nesse dias eu vejo quanto frágil eu posso ser,
ou então como tão controlada eu sou.
Foi um dia que eu tive vontade de chorar várias
vezes conforme o tempo passava e não chorei nenhuma.
Tive vontade de ficar calada e tive que falar,
tive vontade de falar e me mandaram ficar quieta.
Senti vontade de te abraçar de um jeito diferente,
mas não consegui, meu corpo me impulsionou para trás,
talvez como uma maneira de me fazer
acostumar com a idéia de que você teria que ir embora logo em seguida.
Senti vontade de fugir, mas minha cabeça me condicionou
a persistir sempre.
Senti vontade de pedir silêncio,
mas a minha educação e paciência não me deixam ignorar alguém.
Senti vontade de beijar você,
quem sabe para não querer tanto e mais naquele momento,
não consegui te beijar como queria.
Uma das poucas coisas que quis e fiz hoje,
foi ter ligado para você para contar meus motivos
estranhos de querer chorar na sua frente.
E foi nessa única vez que fiz, que não pude completar a missão
na hora em que decidi.
A sorte desse meu azar, é que você vai me ligar mais tarde para me entender,
ou tentar fazer isso, porque nem eu me entendo hoje.
Aquela mistura estranha de vontade e repulsa.
Uma mistura heterogênea de calor e frio.
Uma espécie de rodamoínho que suga tudo de fora,
para dentro de mim, mas não deixa que as coisas escapem.
Talvez pela incompreensão certa,
talvez pela vergonha de não me entender.
Outrora pela imensa sensação de tristeza sem causas,
quem sabe pela tristeza que vejo em qualquer lugar.
Me adaptei nessas 24horas,
porque nem sempre as situações me permitem
o que eu realmente sinto que devo fazer.
Não sei, só sei que hoje foi um dia estranho.
Daqueles que vento vira ventania,
e onda inunda cidades.
Esse vento é minha mente, essa onda minha vontade.
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