Madrugada.

Madrugada.

Eu paro para pensar no que me faz feliz,

e me deparo com o que me impede de ser mais.

A violência que preocupa meus pais,

reflete em medo, que torna impossível

que eu fique de madrugada na rua.

A madrugada deveria ser o horário mais tranquilo do dia.

Horário de dormir profundamente, beber alegremente,

sorrir absurdamente, falar divertidamente, viver.

Não poder estar na rua, me limita a alguns lugares.

Esse lugares me limitam a pessoas.

As pessoas estão limitadas á seus assuntos.

E isso me causa vontade de ficar num carro,

num canto, num quarto calmo e escuro,

iluminado apenas pela luz amarela do poste,

falando dos assuntos incomuns,

comparando situações divertidas,

contado histórias vividas e fatos ocorridos tempos atrás.

Só que a violência atingi tudo,

sua rua, sua casa, seu carro, sua vida inteira.

E você se fecha para uma parte enorme do mundo,

por não ter força ou opção de desafiar esse lado

sombrio das madrugadas.

A madrugada deveria ser o horário mais tranquilo do dia.

Quantas madrugadas eu terei que perder até que isso mude?

Eu já amei a rua, hoje, eu amo o carro, o canto e o quarto,

o que eu terei que amar amanhã por causa da bendida violência?

É, era para a madrugada ser tranquila,

só que hoje vivemos de insônia.

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O que dizer do amor que tenho.

Ele é meu refúgio.

(Onde eu me encontro, onde me perco.)

Ele é meu príncipe, que nunca foi sapo.

(Pois eu amo, de várias formas.)

Ele é o meu brilho interior.

(Que ilumina o escuro que meu peito pode ter.)

Ele é um planejamento que superou expectativas.

(E me supreende sempre mais.)

Ele é um anjo que caiu e virou humano.

(Só pode ter sido Deus que criou você.)

Ele é generoso e gentil.

(Como um homem deve ser.)

Ele é esperançoso.

(Da para sentir a força que ele tem.)

Ele é uma página de livro.

(Ainda tem mistérios e contos.)

Ele é seguro parcialmente.

(Dos olhos dele uma certeza reluz.)

Ele é bonito.

(O corpo dele se mexe livremente.)

Ele é engraçado.

(Meus sorrisos cansam de sorrir.)

Ele é diferente dos outros.

(De uma maneira única que só ele deve ter.)

Ele é meu porto seguro.

(Eu sinto o amor que tem por mim nos abraços que ele me dá.)

Ele é o amor que eu esperei.

(Do modo mais inesperado que imaginei.)