quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Texto do solitário.

A presença constante se tornou ausência total. Normal, mas repentinamente. É insuportável para mim ficar os dias sem falar direito, sem olhar, sem pegar. Eu me sinto na solidão, apenas criada para fazer o que deve ser feito. Eu sei que não adianta, que não tem solução, a única é eu me adequar novamente, assim como fiz para poder chegar mais perto, assim como eu fiz para não estar longe, assim como eu venho fazendo. Eu entendo que existem mudanças e que a culpa dessa é para uma melhoria, mesmo sabendo o meu egoísmo ainda chora por estar se sentindo solto. O pior é que essa liberdade que eu recebo não sei como usar, porque o tempo que eu tenho acaba anulando e é como se nada estivesse acontecendo. Aí eu me deito, durmo, acordo, como, trabalho, estudo, volto, como, durmo e tudo recomeça. Eu acabo por me sentir uma pessoa fraca, sem idéias, sem independência, isso é horrível. Quando decido que vou voltar ao meu estado emocional equilibrado, parece que a distância que eu tomei do amor é grande demais para eu voltar. Eu gosto tanto de amar que tento não tomar tanta distância, mas assim a dor continua e não me protejo me tornando sensível outra vez. Não sei se tem solução a não ser acreditar que o amor é um sentimento que temos que esquecer que é para nós, pelo menos de segunda a sexta-feira, para que o cotidiano aconteça como deveria, e quando voltamos para casa devemos fingir que o amor é amigo, que é alguém para escutar rapidamente o que você tem para dizer, para te dar boa noite, para desejar um bom dia amanhã e para que você possa ouvir pelo menos uma vez no dia que alguém te ama. Mas é difícil entender. O significado de cada situação para cada pessoa. Preciso me desprender, me soltar. Só que não quero voar sozinha e a sensação de voar me faz acreditar que é um sonho solitário.

Nenhum comentário: