segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sexta-feira.

Tem pessoa que desperta alegria. Porque escuta, olha nos olhos. Que acrescenta valor numa conversa banal de boteco na lapa. Dá vontade de viver, sabe? Como se fosse aos 18 anos. Com 18, eu tinha certeza de tudo. Com essa idade o conheci. Ele esquece a razão e vai na vontade. Somos assim. Não há julgamento, nem limite. E parece que o tempo voltou e estou imune a todas as dores do passado. É falta de esperança e cura. É amizade pura. Não é companheirismo diário, mas a presença é muito forte. Um sorriso atrás do outro, palavra atrás de palavra. Sem direção. Assunto que emenda em olhar, que emenda em caipirinha, que emenda em riso. Ele é do tipo que me leva para viver em qualquer lugar que vamos. Faz piada, sorri com o canto da boca, me olha admirando. O moleque me envolve e encanta. É molejo na fala e convite para dançar. Me conhece involuntariamente. Sem me julgar. Sem nos definir. Sem intensão me desvenda. E se surpreende. Eu sei cantar aquele samba antigo, da época dele. E dança comigo e me faz voltar a mim. Ele me dá um instante mágico. Me faz respirar. Mantém o mistério. Pede uma bohemia e brinda. Chega junto. Me aproveita o máximo. Faz caber no vago momento que temos - a cada 2 anos - carinho imensurável. Me dá a mão na rua ou me segura quando tropeço. Eu sempre tropeço, ou esbarro. Me desequilibro e entro no eixo. Porque ele me cativa. Eu seduzo e ele se deixa levar. Me acalma e me abraça apertado com uma panqueca. Me faz errar o tempo, errar nos passos. Errar na lógica e gostar.

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